Francisco Assis desafia Governo e propõe moção de censura
- Beatriz S. Nascimento
- 2 de mar.
- 3 min de leitura

O eurodeputado do Partido Socialista (PS), Francisco Assis, fez recentemente uma proposta contundente em relação ao Governo de Luís Montenegro, ao defender que, se o Executivo não apresentar uma moção de confiança, o PS deverá avançar com uma moção de censura. A sugestão de Assis foi expressa através de uma publicação nas redes sociais, onde o político sublinhou a necessidade de um “esclarecimento absoluto” sobre a situação política atual. De acordo com o eurodeputado, a falta de uma moção de confiança por parte do Governo só poderá ser interpretada como uma falta de seriedade, obrigando o PS a dar um passo mais drástico.
Na sua publicação no Facebook, Assis foi ainda mais incisivo ao afirmar que "qualquer meio-termo significará a opção pelo pântano fétido e pela crise política permanente". O político alertou que, caso o Governo opte por não apresentar uma moção de confiança, o PS não pode permitir que a instabilidade política continue. Para Assis, uma estabilidade obtida à custa da "dignidade das instituições" seria uma falsa estabilidade, prejudicial ao bom funcionamento das mesmas e à confiança dos cidadãos nas suas lideranças.
Rejeição do Governo à Moção de Confiança
A intervenção de Assis surge no contexto de um cenário político tenso, após o ministro de Estado e das Finanças, Miranda Sarmento, ter afastado a possibilidade de o Governo apresentar uma moção de confiança. A ideia foi inicialmente avançada por Luís Montenegro, que no passado sábado, em declarações ao país, sublinhou que essa seria uma opção válida para superar a crise política que envolve o Executivo. Contudo, a postura do Governo em relação a este tema parece ter gerado desconforto dentro do PS, especialmente após o Ministro das Finanças recusar a medida.
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Além disso, a proposta de moção de censura do Partido Comunista (PCP) ao Governo também entrou no debate, tendo sido anunciada em resposta às declarações do primeiro-ministro. Os comunistas justificaram a sua proposta de censura como uma forma de contestar as políticas do Executivo, uma reação direta às afirmações feitas por Luís Montenegro. Por outro lado, Pedro Nuno Santos, mandatário de Pedro Nuno Santos durante a corrida à liderança do PS, já confirmara que o PS rejeitaria qualquer tipo de moção, seja de confiança ou de censura, como forma de manter a sua posição firme face ao Governo e aos seus opositores.
Governo da Aliança Democrática: Condições para Governar
As declarações de Assis e a postura do PS surgem como uma resposta a essa crescente pressão política. Enquanto o PS se mantém firme na sua recusa a apoiar uma moção de confiança ou censura ao Governo, o núcleo duro do Executivo de Luís Montenegro considera que o "chumbo de duas moções de censura" – nomeadamente a moção apresentada pelo Chega, rejeitada na semana anterior – tenha conferido ao Governo da Aliança Democrática (AD) as condições necessárias para continuar a governar sem maiores obstáculos. Este movimento do Governo pode ser interpretado como uma tentativa de consolidar o seu poder perante os desafios da oposição e da crescente contestação interna.
Neste cenário, a possibilidade de uma moção de censura apresentada pelo PS continua a ser um tema em aberto e um ponto de tensão dentro do panorama político nacional. Assis, com o seu apelo à ação, deixa claro que a posição do PS será tomada com base na postura do Governo e na capacidade deste em garantir a estabilidade política sem comprometer os princípios e a dignidade das instituições. O clima político permanece instável, e a cada dia surgem novos desafios e reações que vão moldando a direção dos acontecimentos políticos no país.
B.N.
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