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Greve Nacional: Milhares de Motoboys Prometem Paralisar São Paulo

Motoboys fazem 'motociata'
Greve Nacional: Milhares de Motoboys Prometem Paralisar São Paulo © Gabriela Moncau/Brasil de Fato

Milhares de entregadores de aplicativos participaram nesta segunda-feira (31) de uma das maiores mobilizações em São Paulo desde o "Breque Dos Apps" de 2020. Cerca de dois mil motoboys realizaram uma motociata que passou pela Avenida Paulista e seguiu até a sede do iFood, na cidade vizinha de Osasco. O protesto faz parte do Breque Nacional de 48 horas, organizado em mais de 60 cidades do Brasil, com a principal reivindicação de aumento da taxa mínima por corrida de R$ 6,50 para R$ 10.


Após horas de espera em frente à sede do iFood, os trabalhadores receberam um "não" da empresa às suas demandas e decidiram dividir-se em grupos para bloquear a saída de entregas nos maiores shoppings de São Paulo. A paralisação promete durar até a noite de terça-feira (1), englobando principalmente os pedidos do horário de jantar.


Principais Reivindicações

Além do aumento na taxa mínima por corrida, os entregadores exigem a elevação da remuneração por quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50, o estabelecimento de um limite de 3 quilômetros para entregas realizadas por bicicleta e o pagamento integral das corridas, mesmo quando pedidos são agrupados na mesma rota.


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Em uma reunião tensa e mediada pela Polícia Militar, uma comissão de nove entregadores foi recebida por representantes do iFood, incluindo João Sabino, diretor de Políticas Públicas, e Johnny Borges, diretor de Impacto Social da empresa. Contudo, após a reunião, as demandas não foram atendidas, o que gerou indignação entre os trabalhadores. “Sem nós, não tem iFood. Vamos até o fim, brecar todos os pontos e continuar engajados nessa luta”, declarou Jr. Freitas, fundador da Aliança Nacional dos Entregadores de Aplicativos (Anea).


Precarização do Trabalho: Entregadores Enfrentam Riscos e Lutas

Durante o protesto, os motoboys destacaram os riscos que enfrentam diariamente. André S., entregador de 19 anos, relatou que a taxa mínima de R$ 6,50 coloca sua vida em risco constantemente. “Estamos aqui contra essa superexploração e precarização do trabalho”, explicou. De acordo com os entregadores, a letalidade da profissão está diretamente relacionada à falta de condições adequadas de trabalho. Apenas em 2024, o número de mortes de motociclistas na capital paulista aumentou cerca de 20%, com 483 óbitos, contra 403 no ano anterior, segundo dados do Detran.


Em frente ao Masp, os manifestantes realizaram uma intervenção simbólica para alertar sobre os altos índices de mortes da categoria. A cena, que envolvia tinta vermelha, uma bag e um papel de alumínio no chão, representava um corpo coberto, chamando atenção para os riscos enfrentados diariamente pelos entregadores.


Respostas das Empresas e Expectativas dos Trabalhadores

A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Abomitec), que representa empresas como iFood, Uber e 99, informou que respeita o direito de manifestação e ressaltou que a renda média dos entregadores cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024. Em relação ao iFood, a empresa se manifestou afirmando que a reunião com os representantes dos entregadores foi realizada e que as principais demandas foram discutidas. A companhia prometeu retornar com respostas às lideranças, mas não deu detalhes sobre a proposta de solução.


Por enquanto, os entregadores continuam firmes na greve, buscando melhorias urgentes para suas condições de trabalho e garantindo que a mobilização não será encerrada até que suas reivindicações sejam atendidas.


M.S.


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1 Comment


Guest
Apr 01

Eu apoio totalmente a greve dos motoboys! Eles enfrentam condições de trabalho precaríssimas, colocando suas vidas em risco todos os dias para entregar nossas encomendas.

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