top of page

Manifestações em Moçambique causam 22 mortes nas FDS

Imagem de rua com focos de incêndio e policiais estão a postos no local
Manifestações em Moçambique causam 22 mortes nas FDS © Lusa/Paulo Julião

Pelo menos 22 membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique perderam a vida e outros 178 ficaram feridos durante as manifestações violentas que eclodiram após as eleições de outubro de 2024.


A informação foi revelada esta terça-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR), durante a apresentação do informe anual do Ministério Público ao Parlamento.


Excessos nas manifestações e atuação das autoridades

O Procurador-Geral da República, Américo Letela, reconheceu que houve abusos tanto por parte dos manifestantes como por elementos das próprias forças de segurança.


“Ocorreram excessos na atuação de alguns membros das FDS, e é necessário aprimorar a sua capacidade de intervenção para lidar com manifestações de forma mais adequada”, declarou, sublinhando ainda a necessidade de proteger a vida das autoridades do Estado durante situações de protesto.


Letela afirmou que o Ministério Público está comprometido com a verdade e que não hesitará em apontar falhas institucionais: “Onde a coisa não está bem, dissemos, assumimos”, afirmou perante os deputados.


Publicidade


Violência pós-eleitoral atinge níveis históricos

As manifestações surgiram na sequência da contestação dos resultados eleitorais de 9 de outubro, que declararam Daniel Chapo vencedor da presidência, resultado rejeitado pelo ex-candidato Venâncio Mondlane. A agitação social provocou a pior onda de violência desde as primeiras eleições multipartidárias em 1994, com organizações da sociedade civil a reportarem quase 400 mortos em confrontos entre manifestantes e forças policiais.


O Governo moçambicano confirmou, por sua vez, pelo menos 80 mortos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades de saúde durante os distúrbios.


Apelo à paz e diálogo entre líderes políticos

Apesar do clima de tensão, em 23 de março, Daniel Chapo e Venâncio Mondlane encontraram-se pela primeira vez desde o fim das eleições e assumiram o compromisso de trabalhar para o fim da violência política no país. No entanto, os discursos públicos de ambos os líderes continuam marcados por críticas e acusações mútuas, refletindo a fragilidade do entendimento alcançado.


O Ministério Público apelou ao reforço da atuação preventiva e à responsabilização dos envolvidos, de ambos os lados, como passo essencial para a reconciliação nacional e o restabelecimento da ordem democrática em Moçambique.


M.S.


Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News

Comments


PODE GOSTAR DE LER...

bottom of page