Moçambique regista subida de preços em março, com inflação a 4,77%
- Beatriz S. Nascimento
- 13 de abr.
- 2 min de leitura

Os preços em Moçambique registaram uma subida ligeira de 0,06% em março, comparado com o mês anterior, refletindo, principalmente, o aumento nos preços de calçado e vestuário. Segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a inflação homóloga, que compara março de 2025 com o mesmo mês de 2024, alcançou os 4,77%.
O aumento no Índice de Preços no Consumidor (IPC) de março foi ligeiramente superior ao do mês de fevereiro, que registou um crescimento de 0,52%. Embora este valor seja pequeno, é o resultado da acumulação de aumentos consecutivos desde o início do ano. A variação foi especialmente impulsionada pelo aumento dos preços no setor de vestuário e calçado, que contribuiu com 0,05 pontos percentuais para a subida do índice de preços.
Subida impulsionada por calçado e vestuário
De acordo com o IPC, o setor de vestuário e calçado teve um impacto considerável na variação positiva do índice de preços, sendo responsável por uma parte significativa do aumento registado no mês de março. Este crescimento mensal de 0,06% marca a sétima subida consecutiva de preços, após um período de deflação durante o ano passado, que incluiu quedas de preços nos meses de maio (0,38%), junho (0,21%), julho (0,05%) e agosto (0,11%).
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Este ciclo de alta de preços, embora moderado, reflete uma tendência de recuperação económica em vários setores do mercado, apesar dos desafios enfrentados pelas famílias devido ao aumento constante do custo de vida. A análise do INE também destaca que, comparado com o início do ano, os preços já mostram uma tendência de estabilidade, embora os consumidores ainda sintam o impacto da inflação.
Inflação homóloga e impacto dos preços de alimentação
Quando analisada a inflação homóloga, ou seja, a comparação com março de 2024, o INE reporta um aumento de 4,77%, sendo que as divisões que mais contribuíram para este aumento foram as de alimentação e bebidas não alcoólicas, com um crescimento de 12,08%, e os restaurantes, hotéis, cafés e similares, que subiram 6,09%.
Embora este aumento seja considerável, ele segue uma tendência moderada de crescimento quando comparado com anos anteriores. O INE também indicou que a inflação acumulada de 2024 foi de 4,15%, o que representa uma queda em relação aos 5,3% registados em 2023, sendo ainda assim mais baixa que o pico de quase 13% registado em julho de 2022, no auge das dificuldades económicas que o país enfrentava.
O governo e especialistas em economia têm monitorizado de perto essas flutuações, mas não se prevêem alterações significativas nas políticas de preços no curto prazo. No entanto, o aumento contínuo de preços em setores essenciais como alimentação tem levantado preocupações quanto ao impacto nas classes sociais mais vulneráveis, que sofrem com o aumento do custo de vida.
B.N.
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