PS impede deputados de concorrer às autárquicas em 2025
- Beatriz S. Nascimento
- 30 de mar.
- 3 min de leitura
O Partido Socialista (PS) decidiu impedir que os seus deputados concorram às eleições autárquicas, removendo-os das listas para as eleições legislativas antecipadas. A decisão, tomada no Conselho Nacional na semana passada, visa evitar que a candidatura simultânea seja interpretada como um sinal de derrota antecipada nas eleições municipais e, assim, comprometa as campanhas locais. Além disso, a estratégia pretende afastar possíveis críticas da oposição, que poderia explorar a dualidade de candidaturas como um indício de falta de compromisso com os cargos autárquicos.
Entre os 13 deputados que foram retirados das listas para o Parlamento encontram-se nomes de peso dentro do partido, como a líder parlamentar Alexandra Leitão, candidata à Câmara Municipal de Lisboa, e as ex-ministras Ana Mendes Godinho, que disputa a autarquia de Sintra, e Ana Abrunhosa, que concorre em Coimbra. Também estão nesta situação Manuel Pizarro (Porto), João Paulo Correia (Gaia), Isabel Ferreira (Bragança), Nélson Brito (Aljustrel), Ricardo Costa (Guimarães), João Azevedo (Viseu), Clarisse Campos (Alcácer do Sal), Fernando José (Setúbal), José Cruz (Santa Comba Dão) e Ana Sofia Antunes (Oeiras).
A decisão do PS surge num momento em que o calendário eleitoral sofreu alterações inesperadas, com eleições legislativas antecipadas a ocorrerem num período próximo das autárquicas. O partido considerou que manter deputados-candidatos nas listas poderia prejudicar a campanha municipal e criar um conflito de interesses entre as duas disputas eleitorais. Alguns dos candidatos, como Manuel Pizarro, João Paulo Correia, Nélson Brito e Ricardo Costa, já tinham anunciado anteriormente que não pretendiam voltar ao Parlamento, pois desejavam dedicar-se exclusivamente à corrida autárquica.
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PSD e Chega seguem caminho diferente
Ao contrário do PS, o PSD e o Chega optaram por permitir que os seus candidatos autárquicos integrem as listas para a Assembleia da República, sem qualquer restrição. No PSD, o único caso de candidatura dupla é o de Ricardo Araújo, que concorre à Câmara Municipal de Guimarães e, simultaneamente, figura nas listas para deputado.
Já no Chega, o número de candidatos que acumulam ambas as candidaturas é maior, com um total de 14 nomes. Entre eles estão Rita Matias (Sintra), Pedro Pinto (Faro), Rui Paulo Sousa (Amadora), Rui Cristina (Albufeira), Pedro Correia (Santarém), Manuela Tender (Chaves), João Tilly (Seia), Bernardo Pessanha (Viseu), Gabriel Mithá Ribeiro (Pombal), Luís Paulo Fernandes (Leiria), Bruno Nunes (Loures), Rui Afonso (Gondomar), Filipe Melo (Cascais) e Nuno Gabriel (Sesimbra).
Uma estratégia para reforçar a presença local
A decisão do PS de separar as candidaturas legislativas das autárquicas reflete uma estratégia de concentração de esforços para garantir melhores resultados nos municípios, especialmente em câmaras que considera prioritárias. Para os socialistas, evitar que os candidatos dividam atenções entre campanhas distintas é fundamental para consolidar a presença do partido a nível local e minimizar riscos de perda de autarquias estratégicas.
Por outro lado, a posição adotada pelo PSD e pelo Chega indica uma estratégia diferente, permitindo que os candidatos mantenham ambas as possibilidades em aberto. Esta abordagem pode ser vista como uma forma de garantir visibilidade e projeção política aos seus candidatos, ao mesmo tempo que mantêm a opção de permanecerem no Parlamento caso não vençam nas eleições municipais.
Com as eleições legislativas e autárquicas a aproximarem-se, as estratégias adotadas por cada partido refletem diferentes prioridades e leituras do atual cenário político. O PS aposta na exclusividade dos candidatos autárquicos para fortalecer a sua presença nas câmaras municipais, enquanto o PSD e o Chega escolhem manter as suas opções em aberto, permitindo a acumulação de candidaturas.
B.N.
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