Rebeliões em Maputo: 35 mortos e 332 recapturados nas cadeias
- Monica Stahelin
- 7 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jan.

O número de vítimas fatais devido aos confrontos entre guardas e reclusos nas cadeias de Maputo aumentou para 35, anunciou o Serviço Nacional Penitenciário de Moçambique (Sernap). Além disso, o número de recapturados subiu para 332, de um total de 1.534 reclusos que haviam fugido das duas cadeias da capital moçambicana no final de dezembro de 2024.
Publicidade
As fugas ocorreram no dia 25 de dezembro, nas cadeias Penitenciário Especial da Máxima Segurança e Provincial de Maputo, localizadas a mais de 14 quilómetros do centro da cidade. As recapturas foram realizadas através de operações conjuntas entre o Sernap e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
Em resposta ao incidente, o Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), uma Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana, apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral da República (PGR) em 6 de janeiro, acusando os ministérios do Interior e da Justiça pelo que consideram ser um “massacre” dos reclusos, alegando que foram "assassinados pelas balas da polícia". O diretor do CDD, Adriano Nuvunga, criticou a atuação das forças de segurança no episódio.
Por outro lado, o candidato presidencial Venâncio Mondlane, que lidera a contestação aos resultados das eleições gerais de outubro de 2024, acusou as autoridades de orquestrarem as fugas dos reclusos para desviar a atenção da sociedade dos protestos contra o processo eleitoral. Mondlane referiu que as fugas foram intencionais e que as autoridades "sacrificaram" alguns dos reclusos para manipular a opinião pública.
Moçambique atravessa uma crise pós-eleitoral desde outubro de 2024, com protestos e paralisações que resultaram em confrontos violentos entre polícia e manifestantes. Organizações da sociedade civil informam que quase 300 pessoas perderam a vida e outras 600 ficaram feridas a tiro durante os protestos, em um cenário de crescente tensão política.
B.M.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comments