Reino Unido prepara-se para possíveis apagões após cortes de energia
- Monica Stahelin
- 30 de abr.
- 3 min de leitura
O Reino Unido está a “avaliar constantemente a sua própria resiliência” para se preparar para possíveis apagões, afirmou o secretário de Meio Ambiente, Steve Reed, após os grandes cortes de energia que afetaram Espanha e Portugal esta semana.
Reed explicou que o Reino Unido precisa aguardar os resultados da investigação sobre o que causou os apagões, antes de tirar lições para reforçar a rede de energia do país.
Os cortes de energia generalizados paralisaram completamente Espanha e Portugal na segunda-feira, com semáforos apagados e a impossibilidade de as pessoas acederem aos caixas automáticos. Na manhã de terça-feira, as empresas responsáveis pela distribuição de energia em Espanha informaram que mais de 99% do fornecimento de eletricidade foi restabelecido.
Investigações em andamento para determinar causas
O ministro disse à Times Radio que uma subcomissão do governo, presidida por Pat McFadden, está a trabalhar diariamente para avaliar a resiliência do Reino Unido. No entanto, ele acrescentou que é prematuro aprender lições dos apagões em Espanha e Portugal até que seja identificada a causa exacta do problema.
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A declaração segue-se após a rejeição, por parte de Downing Street, das sugestões de que a dependência de energias renováveis tenha sido a responsável pelos apagões. Kemi Badenoch, líder do Partido Conservador, havia sugerido que a causa provável teria sido a transição para energias renováveis, afirmando que o Reino Unido poderá enfrentar apagões domésticos devido à falta de armazenamento adequado de energia renovável.
Controvérsias sobre o impacto das energias renováveis
Badenoch afirmou que a infraestrutura de armazenamento de energia renovável não está a acompanhar a produção, o que, segundo ela, pode resultar em apagões.
“Quando se tem um fornecimento de eletricidade dependente de renováveis, é necessário ter um grande armazenamento de baterias”, disse ela.
A líder conservadora também criticou os planos de descarbonização do Reino Unido, afirmando que são precipitados e podem acabar por prejudicar o país, incluindo levando à falência ou a novos apagões.
Entretanto, um porta-voz de Downing Street defendeu os planos de transição energética do governo, afirmando que as alegações sobre a vulnerabilidade devido à dependência de energias renováveis são especulações infundadas. Ele garantiu que a mudança para energias limpas proporciona maior segurança e uma oferta de eletricidade que os combustíveis fósseis não podem garantir. O governo continua a trabalhar com a indústria e os reguladores para melhorar a resiliência da infraestrutura energética, tanto a atual como a futura.
Resiliência do sistema energético no Reino Unido
O secretário de Energia, Ed Miliband, pediu cautela e evitou tirar conclusões precipitadas sobre as causas dos apagões. Ele revelou que esteve em contacto com o Operador do Sistema Nacional de Energia do Reino Unido (Neso) após os incidentes na Península Ibérica. Além disso, a ministra do Interior, Yvette Cooper, sublinhou que o Reino Unido mantém um compromisso constante em assegurar a resiliência e a segurança da infraestrutura energética, bem como em enfrentar outras ameaças.
Os cortes de energia em Espanha e Portugal causaram a paragem de comboios e deixaram milhões de pessoas sem acesso a telefone e internet. O Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal afirmou que não havia indícios de que os apagões tenham sido causados por um ataque cibernético.
Este incidente ocorre apenas algumas semanas após o aeroporto de Heathrow ter sido forçado a interromper as operações devido a um incêndio numa subestação elétrica. O fogo causou um corte de energia que paralisou o aeroporto por grande parte do dia, afetando mais de 270.000 passageiros.
Miliband destacou que o governo deverá “avaliar com atenção” a robustez das principais instituições, como o aeroporto de Heathrow, a fim de prevenir futuros episódios de falhas no fornecimento de energia.
M.S.
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