Reino Unido suspende ajuda a Ruanda por apoio a rebeldes no RDC
- Monica Stahelin
- 26 de fev.
- 2 min de leitura

O governo do Reino Unido anunciou que suspenderá a sua participação em eventos organizados pelo governo de Ruanda e interromperá a ajuda financeira ao país, em resposta ao apoio de Kigali ao grupo rebelde M23 na República Democrática do Congo (RDC). A medida surge após a ofensiva dos rebeldes apoiados por Ruanda, que nas últimas semanas ocuparam as cidades de Goma e Bukavu, na região leste do DRC, rica em minerais. Segundo especialistas da ONU, cerca de 4.000 soldados ruandeses estariam a apoiar os rebeldes na luta pelo controlo da região.
Através do seu Departamento de Assuntos Externos, Comunidade e Desenvolvimento (FCDO), o Reino Unido expressou profunda preocupação com a escalada do conflito e exigiu uma cessação imediata das hostilidades. Além disso, o Reino Unido reiterou a necessidade de acesso humanitário, respeito pelo direito internacional humanitário e o envolvimento significativo em processos de paz liderados por africanos, exigindo ainda a retirada das forças de defesa de Ruanda do território congolês.
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Suspensão de ajuda financeira e sanções em perspectiva
O governo britânico também anunciou que limitará a sua interação com o governo de Kigali, suspenderá a ajuda financeira destinada ao país, excluindo apenas os mais pobres e vulneráveis, e reduzirá as atividades de promoção comercial. As licenças de exportação para as Forças de Defesa de Ruanda estão em revisão, e o Reino Unido suspendeu os programas de treino para os soldados ruandeses. Além disso, o Reino Unido indicou que poderá coordenar com parceiros internacionais a aplicação de novas sanções a Ruanda.
Apesar de reconhecer as preocupações de segurança de Ruanda, o governo britânico afirmou que não é aceitável resolver esses problemas por meios militares. Para o Reino Unido, a única solução para o conflito no DRC é política, defendendo o diálogo inclusivo com o grupo rebelde M23, que afirma lutar para proteger os tutsis na região leste do DRC, em face da discriminação.
Histórico de tensões na região e alegações de violações
O leste do DRC tem sido palco de conflitos persistentes desde o genocídio de 1994 em Ruanda, quando muitos hutus, responsáveis pelo genocídio dos tutsis, fugiram para o DRC. Ruanda acusa o governo congolês de recrutar alguns desses hutus para as suas forças armadas, o que é negado pelas autoridades congolesas. A situação continua a alimentar tensões entre os dois países, com o grupo M23 a afirmar que está a combater para proteger a comunidade tutsi na região, embora alguns analistas sugiram que o objetivo do grupo seja conquistar o poder na capital, Kinshasa.
M.S.
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