Rui Tavares: 'Pedro Nuno Santos não foi PM porque não quis
- Beatriz S. Nascimento
- 6 de abr.
- 3 min de leitura

Rui Tavares, líder do partido Livre, fez duras críticas ao ex-ministro Pedro Nuno Santos, afirmando que este poderia ter sido o primeiro-ministro há um ano, mas decidiu não o ser. Tavares sublinhou que a Esquerda, na altura, tinha mais deputados do que a soma da Aliança Democrática (AD) e da Iniciativa Liberal (IL), e que o Chega estava excluído de qualquer bloco governativo. Segundo o líder do Livre, Pedro Nuno Santos preferiu entregar o governo ao PSD, em vez de esperar pelos resultados completos e formar uma solução à esquerda. “Pedro Nuno Santos não quis esperar que os votos fossem contados e optou por ir para a Oposição. Esta foi uma decisão errada”, afirmou Tavares.
Para as próximas eleições legislativas, o Livre pretende duplicar a sua bancada parlamentar, passando de quatro para oito deputados, e já está a trabalhar para uma solução de governação sólida, com a proposta de um “acordo de governação escrito” antes do 18 de maio, para dar maior estabilidade política e garantir uma governação mais eficiente. O líder do Livre reiterou que, se houver uma maioria à esquerda, o partido deve fazer parte da solução governativa, mas sublinhou que a verdadeira questão é garantir que a Esquerda seja capaz de formar um governo coeso e capaz de responder aos desafios do país.
Tavares abordou também as propostas do Livre para garantir mais transparência na política, destacando que, num governo apoiado pelo partido, ministros e secretários de Estado deveriam passar por audições parlamentares antes de assumirem os seus cargos. "Um ministro ou ministra que não aguente uma audição no início do mandato não se vai aguentar ao longo do tempo", disse Tavares, defendendo que este tipo de processo é fundamental para evitar conflitos de interesse e para assegurar que os governantes tenham uma visão clara e eficaz para as suas pastas.
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O líder do Livre também afirmou que a Esquerda precisa de apresentar um programa claro e de dar garantias aos cidadãos de que o país está pronto para uma governança estável e responsável. As áreas prioritárias que o Livre aponta incluem Saúde, Educação, Habitação e a preservação do Estado de Direito. "O Livre tem propostas concretas para reforçar a proteção da Europa e aumentar a eficácia da luta contra a corrupção", disse Tavares, destacando que o partido está preparado para assumir responsabilidades governativas.
Em relação às coligações, o Livre continua a negociar com o PS, Bloco de Esquerda e PAN para criar uma frente à Esquerda, embora o PCP tenha decidido afastar-se dessas conversações. Tavares também se mostrou otimista quanto à possibilidade de uma coligação vitoriosa em Lisboa, que permita derrotar Carlos Moedas, prefeito da cidade.
Tavares comentou ainda a postura do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a necessidade de formar um governo que seja viável e que tenha apoio parlamentar suficiente. "Marcelo Rebelo de Sousa fez uma correção de rumo em relação às eleições anteriores. A questão não é quem fica em primeiro lugar, mas sim quem consegue formar um governo estável e com apoio parlamentar suficiente", afirmou Tavares. Para ele, a crise política atual, que envolveu o Governo de António Costa, foi provocada por Luís Montenegro, que quis provocar eleições antecipadas para “rebentar com o seu próprio Governo”.
Livre como parte da solução governativa
Tavares afirmou ainda que o Livre está preparado para fazer parte de um governo de Esquerda, caso haja uma maioria que o permita. "Se houver uma maioria à esquerda, o Livre será parte da solução e teremos capacidade para implementar políticas públicas eficazes. Temos os quadros necessários para desempenhar papéis executivos, mas também estamos preparados para as funções parlamentares, caso seja necessário", disse o líder do Livre.
Quanto às primárias do partido, que foram as mais participadas até hoje, Tavares afirmou que as pessoas estão satisfeitas com o trabalho realizado pelos atuais deputados e que isso se refletiu nas escolhas para as novas listas. "As primárias foram um sucesso e deram-nos a oportunidade de preparar novos quadros para o partido", disse. O Livre espera conseguir disputar a eleição em várias cidades, como Braga, Aveiro e Leiria, e está otimista quanto às suas perspectivas nas legislativas de 2025.
B.N.
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