40 Anos da Posse de Sarney: O Fim da Ditadura Militar
- Beatriz S. Nascimento
- 15 de mar.
- 3 min de leitura
Há 40 anos, a história do Brasil tomava um rumo decisivo com o início da redemocratização, quando José Sarney assumiu a presidência de forma interina, após a hospitalização de Tancredo Neves, eleito presidente. A posse de Sarney, em 15 de março de 1985, representou o fim de 21 anos de regime militar e o início de uma nova fase para o país, que começava a viver novamente sob um governo civil.
O fim da ditadura militar e o início da redemocratização
Sarney, até então vice-presidente eleito, tomou posse na manhã de 15 de março de 1985, como presidente interino, após a inesperada internação de Tancredo Neves. Na véspera de sua posse, Tancredo foi submetido a uma cirurgia e não conseguiu assumir o cargo. Esse evento criou uma atmosfera de grande apreensão no país, com negociações de bastidores entre militares e políticos civis sobre quem deveria assumir a presidência até que Tancredo se recuperasse.
Após tomar posse, Sarney fez um breve discurso em que destacou a liderança de Tancredo Neves como a verdadeira força por trás da mudança que começava a acontecer no país. No entanto, a expectativa de que Tancredo se recuperasse e tomasse posse logo foi frustrada, pois ele faleceu em 21 de abril, sem ter governado. Assim, Sarney tornou-se presidente de fato, assumindo a responsabilidade de liderar o país em um período crucial de transição política.
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A redemocratização e os desafios econômicos
A ascensão de Sarney à presidência representou o retorno de um governo civil após mais de duas décadas de regimes militares. Embora o processo de redemocratização tenha sido iniciado ainda sob o governo dos generais Geisel e Figueiredo, foi com a eleição de Tancredo Neves que o país vislumbrou a possibilidade de mudanças reais. A campanha pelas Diretas Já e a aprovação da emenda Dante de Oliveira, embora não tenham resultado em uma eleição direta para presidente, marcaram o crescente desejo da população por uma nova era.
Durante o governo de Sarney, um dos marcos foi a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na promulgação da Constituição de 1988, um dos principais legados de sua gestão. A nova Carta Constitucional ampliou os direitos civis e sociais e consolidou o Sistema Único de Saúde (SUS), representando um avanço significativo para a democracia brasileira.
No entanto, o governo Sarney também enfrentou grandes desafios econômicos. A inflação galopante, que chegou a 1.782% em 1989, e a recessão econômica marcaram negativamente o período. Embora o presidente tenha lançado vários planos econômicos, nenhum deles conseguiu conter a alta inflação e estabilizar a economia. A crise econômica culminou em um ambiente de instabilidade que favoreceu o surgimento de novos movimentos políticos e a ascensão de Fernando Collor à presidência em 1990, após o fim do mandato de Sarney.
O legado de Sarney
Após deixar a presidência, Sarney continuou a ser uma figura relevante no cenário político brasileiro. Ele foi eleito senador pelo Amapá em três mandatos consecutivos e presidiu o Senado por quatro vezes. Sarney manteve uma posição estratégica em diferentes governos, incluindo os de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Completando 95 anos em abril de 2025, Sarney permanece uma figura influente, participando ativamente da política, como no recente momento da posse de novos ministros no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a ascensão de Sarney à presidência e o fim do regime militar, o Brasil iniciou um longo processo de democratização, que culminou em uma nova Constituição, mas também enfrentou desafios econômicos e sociais que marcaram a história do país até os dias de hoje.
B.N.
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