Bebés reborn: entre a arte e o desafio de distinguir real
- Beatriz S. Nascimento
- há 5 horas
- 2 min de leitura

Elisângela Sant’Anna, designer residente em Brasília, dedica-se há seis anos à colecção de bebés reborn, bonecas hiper-realistas que reproduzem com minúcia os traços humanos. Actualmente “mãe” de 26 exemplares, Elisângela já chegou a possuir 36 bonecas, algumas adquiridas por valores que chegaram aos 5 mil reais.
A paixão pela arte reborn e o limite entre fantasia e realidade
Para a colecionadora, o fascínio por este universo é inegável, mas é fundamental manter uma percepção clara da distinção entre o real e o imaginário. “Cada bebé é singular, com as suas mãozinhas, cílios e traços únicos, mas continua a ser um brinquedo”, explica Elisângela, fazendo referência ao fenómeno que tem gerado polémica nas redes sociais, onde algumas “mães reborn” chegam a tratar as bonecas como bebés reais, levando-as ao médico ou simulando partos.
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“Há quem exagere, o que prejudica a essência da arte reborn. Alguns procuram apenas viralizar negativamente na internet. Eu trato os meus bebés como reais, mas sem fanatismo”, afirma a designer, que é também mãe de dois filhos.
Críticas, aceitação e experiências inusitadas
Elisângela partilha ainda as dificuldades enfrentadas, incluindo críticas familiares que a levaram a recorrer a sessões de terapia, e conta como aprendeu a aceitar o papel que as bonecas desempenham na sua vida. “Quando chego a casa cansada e vejo aquelas pequenas ‘crianças’ a olhar para mim, sinto felicidade. Mas não sou apegada, já doei algumas para ajudar amigos”, revela.
Entre as experiências inusitadas da colecionadora destaca-se uma multa aplicada pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), devido à presença de um bebé reborn no banco do passageiro do seu carro. Apesar do recurso, a infração foi mantida e Elisângela teve de pagar a multa.
B.N.
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