Juiz recusa devolver 75 mil euros a ex-chefe de gabinete de Costa
- Monica Stahelin
- 7 de mar.
- 2 min de leitura

O juiz de instrução criminal do processo Influencer decidiu, em uma recente deliberação, recusar a devolução dos 75 mil euros que haviam sido apreendidos a Vítor Escária, antigo chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro António Costa. A decisão foi confirmada pela defesa de Escária, que, através do advogado Tiago Rodrigues Bastos, anunciou que recorreu da sentença para o Tribunal da Relação de Lisboa.
Suspeitas de crime e apreensão de documentos secretos
De acordo com o semanário Expresso, a recusa na devolução do montante deve-se a indícios de que os 75 mil euros poderiam ser provenientes de atividades ilícitas, nomeadamente, de um possível crime de recebimento indevido de vantagem. Vítor Escária tem alegado que o dinheiro é oriundo de rendimentos de trabalhos no estrangeiro, mas as autoridades consideram necessário investigar mais a fundo a origem do montante.
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Além da apreensão de dinheiro, em novembro de 2023, foi descoberta uma 'pen-drive' no cofre do gabinete de trabalho de Escária, contendo dados sensíveis, como identificações e outros elementos pessoais de centenas de agentes do Serviço de Informações e Segurança (SIS), Polícia Judiciária (PJ), Autoridade Tributária (AT) e Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED). Este achado originou um inquérito por violação do segredo de Estado, no qual Escária foi ouvido pelo Ministério Público a 30 de janeiro de 2025.
Queda do governo e suspeitas em projetos empresariais agitam país
O caso, que surgiu no contexto da operação Influencer, levou à detenção de Vítor Escária e de mais quatro pessoas a 7 de novembro de 2023. No entanto, os detidos foram posteriormente libertados após o interrogatório pelo juiz de instrução criminal. As suspeitas centram-se em crimes relacionados com a construção de um centro de dados em Sines, a exploração de lítio em Montalegre e Boticas, e a produção de energia a partir de hidrogénio na mesma localidade.
Apesar de os arguidos negarem qualquer envolvimento em atividades criminosas, o caso resultou na queda do governo de António Costa e na convocação de eleições legislativas antecipadas, previstas para o dia 10 de março de 2024.
Por sua vez, o atual presidente do Conselho Europeu, embora tenha sido apontado como suspeito na investigação, não foi formalmente acusado, mas declarou estar "tranquilo com a sua consciência" em relação às suas ações.
M.S.
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