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Profissionais de Saúde de Moçambique Ameaçam Nova Greve

Médico usam o celular
Profissionais de Saúde de Moçambique Ameaçam Nova Greve © National Cancer Institute na unsplash

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) anunciou, hoje (10), que poderá retomar a greve por tempo indeterminado, caso o Governo não atenda às preocupações da classe. A ameaça de paralisação ocorre dois anos após a assinatura de acordos entre o Governo e a associação.


A última greve dos profissionais de saúde foi marcada para 29 de abril de 2024, com o objetivo de pressionar o Governo a cumprir os compromissos assumidos nos acordos de junho e agosto de 2023. Após negociações, a APSUSM suspendeu a greve, com a esperança de que as questões acordadas seriam resolvidas. No entanto, a situação permanece sem solução, e a associação voltou a exigir que o Governo cumpra os compromissos até o final de março de 2025.


As reivindicações incluem o pagamento das horas extraordinárias, turnos, exclusividade, o reenquadramento definitivo no regime geral e específico do Sistema Nacional de Saúde, além da observância da carta reivindicatória. A APSUSM também exige que os salários sejam pagos de forma fixa e em datas fixas. Anselmo Muchave, presidente da APSUSM, reforçou a urgência da situação: “Pedíamos que o Governo resolvesse todas as reivindicações dos profissionais de saúde até ao final de março.”


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Condições de Trabalho em Declínio e Desprezo pelo Governo

Em uma conferência de imprensa em Maputo, Muchave alertou para a deterioração das condições de trabalho nas unidades sanitárias, e destacou a falta de medicamentos, material médico e motivação para os profissionais.

"Infelizmente, as nossas unidades sanitárias estão cada vez piores, o acesso aos cuidados de saúde é deficitário, e a população é obrigada a comprar medicamentos em farmácias privadas”, lamentou.

A situação das unidades sanitárias é descrita como alarmante, com a falta de materiais médicos essenciais, como luvas, botas e chapas para raios-X, além da escassez de reagentes nos laboratórios. Além disso, os profissionais de saúde têm sido expostos a doenças graves sem a devida proteção, colocando em risco a sua saúde. A alimentação dos pacientes também é considerada inadequada, enquanto os profissionais de saúde passam jornadas de 24 horas sem refeições adequadas.


Muchave criticou ainda a exclusão da classe nos planos de governação de 100 dias, que, desde 2022, não incluem nenhum pacote de apoio para os profissionais de saúde.

"O Governo praticamente descartou os profissionais de saúde, apesar dos consensos que deveriam ter sido concretizados no ano passado", afirmou.

Reconhecimento de Algumas Iniciativas, Mas a Luta Continua

Apesar das críticas, a APSUSM reconheceu algumas iniciativas positivas, como a distribuição de uniformes aos profissionais de saúde, mas pediu que o Governo preste uma atenção especial à associação, especialmente por ter sido a única a não aderir à manifestação pós-eleitoral, que resultou na morte de dois colegas à saída das unidades sanitárias. "O Governo não diz nada acerca disso", acrescentou Muchave.


A ameaça de greve continua em aberto, caso o Governo não atenda às exigências da classe até o final de março, o que poderá agravar ainda mais a já difícil situação nas unidades de saúde em Moçambique.


M.S.


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