Dólar sobe para R$ 5,91 após tensão política e nomeação de Gleisi
- Beatriz S. Nascimento
- 1 de mar.
- 3 min de leitura

O dólar comercial encerrou o pregão desta sexta-feira (28/2) em alta de 1,5%, cotado a R$ 5,91, impulsionado por um cenário de incerteza global e política interna. O aumento da moeda norte-americana foi alimentado por eventos tanto internacionais quanto domésticos que afetaram o sentimento dos investidores. A principal razão para a valorização do dólar foi o encontro entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca, que terminou sem avanços em relação ao conflito na Ucrânia, o que aumentou a tensão nos mercados financeiros.
O encontro, que gerou uma troca de palavras duras, elevou o clima de incerteza, refletido na alta do Índice DXY, que mede a força do dólar em relação às principais divisas do mundo, que fechou o dia com uma valorização de 0,35%. De acordo com o especialista da Nomad, Bruno Shahini, o fracasso em alcançar um acordo para o fim da guerra, somado à retórica agressiva entre os líderes, aumentou a apreensão no mercado global, afetando as expectativas de uma resolução rápida e fazendo crescer os riscos geopolíticos.
Nomeação de Gleisi Hoffmann gera estresse no mercado interno
No Brasil, a nomeação de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) também teve um impacto considerável nos mercados financeiros. A escolha gerou desconforto no mercado, que teme que a nova configuração possa dificultar a articulação política entre o governo e o poder Legislativo. Para especialistas como Bruno Shahini, a mudança pode tornar mais difícil para o governo avançar com suas pautas e comprometer a governabilidade no país.
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Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, concorda com essa visão e alerta que a nomeação pode agravar a situação da articulação política, que já enfrenta desafios no início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, a decisão de Lula de chamar figuras de sua órbita, como Gleisi, pode ser vista como uma tentativa de consolidar apoio, mas sem o devido alinhamento com setores estratégicos do Congresso.
Mercado reage negativamente; destaque negativo para Marfrig e Braskem
Esses fatores impactaram diretamente o mercado doméstico, refletidos no desempenho negativo do Índice Bovespa (Ibovespa), que encerrou o pregão em queda de 1,6%, aos 122.766 pontos. As ações de empresas como a Marfrig (MRFG3) e a Braskem (BRKM5) sentiram fortemente esse clima de incerteza, com quedas significativas de 10,23% e 7,11%, respetivamente.
Por outro lado, as ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) se destacaram positivamente, após o anúncio de um acordo com o governo federal que limitou a participação da União no controle da companhia, o que gerou otimismo entre os investidores e resultou em uma valorização das ações da empresa.
Performance do Ibovespa em fevereiro
Com o fechamento negativo de 1,6% nesta sexta-feira, o Ibovespa acumulou uma queda de 2,66% ao longo do mês de fevereiro, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo mercado financeiro tanto no Brasil quanto no cenário internacional. O ambiente de incerteza política e geopolítica continua a ser um fator central nas oscilações do mercado, colocando os investidores em alerta para os próximos desdobramentos.
B.N.
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