Papa Francisco Morreu Um Dia Após Abençoar Fiéis na Praça de São Pedro

Monica Stahelin
22 de abr.
4 min de leitura

O Papa Francisco faleceu na segunda-feira (21), aos 88 anos, um dia após ter feito uma aparição muito aguardada na Praça de São Pedro, em Roma, durante a celebração da Páscoa. O pontífice, que havia estado gravemente doente durante o ano, cumpriu sua última missão pastoral, dirigindo-se a uma multidão de dezenas de milhares de fiéis, desejando-lhes uma "Feliz Páscoa", enquanto circulava na sua famosa papamóvel aberta.

A multidão, em êxtase, exclamava "Viva il Papa! Bravo!" enquanto ele abençoava os presentes, parando ocasionalmente para abençoar crianças que lhe eram trazidas. "Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa", disse o Papa, com uma saudação calorosa. Embora não tenha celebrado a Missa de Páscoa, que foi delegada ao cardeal Angelo Comastri, o Papa apareceu no balcão da loggia da Basílica de São Pedro após o fim da cerimónia, transmitindo a bênção apostólica em latim. A plateia, estimada em mais de 35.000 pessoas, rompeu em aplausos quando a banda militar iniciou a execução do hino do Vaticano.

Conduz no Reino Unido com carta de condução Europeia?

Compare preços de seguro automóvel de mais de 100 seguradoras em menos de 5 minutos. Compare Agora com I Compare 4U

No entanto, a aparição pública de Francisco foi marcada pela fragilidade do seu estado de saúde. Em um clima de 21°C, o Papa permaneceu ao ar livre por cerca de 50 minutos, sendo um momento de grande emoção para os fiéis, que o viram pela última vez com vida.

Além disso, no mesmo dia, o Vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, teve uma breve reunião com o Papa, no que seria uma das suas últimas interações. Vance, que se encontrava no Vaticano para a celebração, ofereceu seus cumprimentos de Páscoa ao pontífice, que lhe deu três grandes ovos de Páscoa de chocolate para os filhos do vice-presidente, além de uma gravata e terços do Vaticano. Durante o encontro, Vance comentou sobre a saúde do Papa, dizendo:

"Eu sei que não tem estado bem, mas é bom vê-lo com melhor saúde." O vice-presidente, que se encontrou com o Papa na Domus Santa Marta, também se despediu com palavras de carinho: "Rezo por si todos os dias. Que Deus o abençoe."

O Papa Francisco reúne-se com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, no domingo de Páscoa © Reuters

No entanto, a saúde do Papa Francisco já vinha se deteriorando há meses. Ele esteve muito perto da morte em duas ocasiões neste ano, após ser diagnosticado com pneumonia grave. Durante sua internação em março, foi confirmado que sofria de pneumonia dupla e foi necessário realizar transfusões de sangue. Apesar de ter sido dado como grave, a sua morte foi finalmente atribuída a uma possível hemorragia cerebral, possivelmente provocada por um acidente vascular cerebral, embora a causa oficial ainda não tenha sido confirmada pelo Vaticano.

Um Papa de reformas

Nascido Jorge Mario Bergoglio, a 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, Francisco foi o primeiro Papa latino-americano e o primeiro a vir das Américas. Ele foi eleito em 2013, sucedendo Bento XVI, e desde então tornou-se um símbolo de modernização e reforma na Igreja Católica. Durante o seu papado, Francisco promoveu várias iniciativas progressistas, incluindo a defesa dos refugiados, a despenalização da homossexualidade e um forte apelo por uma Igreja mais inclusiva e voltada para os pobres.

Francisco também era conhecido pelo seu estilo simples e humilde de vida. Escolheu viver num modesto apartamento de dois quartos, rejeitando os luxos do tradicional apartamento papal. Em diversos momentos, demonstrou sua preocupação com as questões sociais e ecológicas, tornando-se uma voz ativa na defesa dos direitos humanos e no combate às desigualdades.

Luto mundial e os primeiros tributos

A morte do Papa Francisco provocou um vasto movimento de luto em todo o mundo. Líderes de várias nações expressaram suas condolências e homenagens.

Uma mulher carrega uma cruz enquanto as pessoas caminham, depois de a morte do Papa Francisco ter sido anunciada © Reuters

O presidente francês, Emmanuel Macron, descreveu-o como "um defensor dos mais vulneráveis, um homem que soube sempre estar ao lado dos mais fracos".

O Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster, salientou que "uma voz que proclamava a dignidade humana de todos, especialmente dos mais pobres e marginalizados, agora está em silêncio".

De igual modo, figuras políticas como o presidente dos EUA Donald Trump e o líder britânico Sir Keir Starmer também se uniram ao luto, reconhecendo o impacto global do pontificado de Francisco.

O futuro da Igreja: o processo de eleição do novo Papa

Com a morte de Francisco, a Igreja Católica entra agora num período de vacância papal. O processo para escolher o seu sucessor, que será realizado por um conclave de cardeais, é envolto em tradição e segredo. O conclave será convocado após um período de luto, e o novo Papa será eleito através de um processo que remonta a séculos, com a famosa fumaça saindo da chaminé da Capela Sistina para anunciar a escolha.

Enquanto isso, a Sede Vacante será oficialmente proclamada pelo Vaticano, e o mundo aguarda o surgimento do novo líder da Igreja Católica, que terá a responsabilidade de dar continuidade ao legado de Francisco e enfrentar os desafios que a Igreja e o mundo enfrentam atualmente.