Produção de petróleo em Angola falha previsões em abril
- Monica Stahelin
- 3 de jun.
- 2 min de leitura

A produção petrolífera angolana registou uma queda significativa em abril, atingindo uma média diária de 1 001 704 barris, número 7,9% inferior à previsão oficial de 1 087 632 barris por dia. Os dados foram divulgados esta semana pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), segundo a agência Lusa.
No total, Angola produziu cerca de 30 milhões de barris durante o mês, com uma eficiência operacional de 86,6%.
A produção abaixo das expectativas reforça os sinais de dificuldades operacionais persistentes num sector vital para a economia do país, que continua fortemente dependente das receitas provenientes dos hidrocarbonetos.
Produção de gás e exportações também impactadas
Além do petróleo bruto, a produção de gás associado — extraído juntamente com o petróleo — também teve papel de relevo. Uma parte significativa foi reinjectada nos reservatórios, outra utilizada na geração de energia, e o restante canalizado para a unidade de gás natural liquefeito (ALNG).
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Apesar da sua relevância, a ALNG enfrentou constrangimentos. A unidade produziu cerca de 3,8 milhões de barris de óleo equivalente, registando uma redução de aproximadamente 10% face às metas estabelecidas. Este desempenho foi afetado por operações de manutenção e uma avaria técnica, comprometendo o cumprimento dos objectivos.
Quanto ao destino da produção, os levantamentos totais de abril atingiram 31 milhões de barris. Deste volume, cerca de 29 milhões foram exportados e aproximadamente 1,8 milhões de barris encaminhados para a refinaria de Luanda, destinados ao consumo interno.
Durante o mesmo período, 14 unidades de sondagem estiveram activas, com intervenções em 28 poços, numa tentativa de manter os níveis de produção e viabilizar novas fases de exploração.
Impacto económico e riscos futuros
A redução verificada em abril levanta preocupações quanto à sustentabilidade da produção a médio prazo. Caso a tendência se mantenha, poderá verificar-se um impacto negativo nas receitas fiscais e na balança comercial de Angola, dificultando ainda mais os esforços de diversificação económica.
A conjuntura desafiante evidencia a necessidade de investimentos contínuos em infraestruturas, tecnologia e eficiência operacional, com vista à estabilização e ao relançamento de um sector crucial para o desenvolvimento nacional.
M.S.
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