Reino Unido entra em ação com os EUA e ataca Houthi no Iémen
- Monica Stahelin
- 30 de abr.
- 2 min de leitura

O Reino Unido realizou bombardeamentos aéreos contra posições dos rebeldes Houthi no Iémen, em conjunto com os Estados Unidos, assinalando a sua estreia na ofensiva militar ampliada conduzida por Washington desde a chegada da nova administração norte-americana.
Alvos estratégicos e justificações britânicas
De acordo com o Ministério da Defesa britânico, os bombardeamentos visaram um conjunto de edifícios situados a cerca de 25 quilómetros a sul de Sana, utilizados pelos Houthi para fabricar drones empregados em ataques a navios no mar Vermelho e no golfo de Áden. As operações envolveram caças Typhoon FGR4 da Royal Air Force, que lançaram bombas guiadas Paveway IV. As autoridades sublinharam que os ataques decorreram durante a noite, numa tentativa de minimizar o risco para civis.
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O ministro da Defesa britânico, John Healey, justificou a ação como uma resposta directa à ameaça persistente que os Houthi representam à liberdade de navegação na região.
“A redução de 55% na circulação marítima através do mar Vermelho já causou prejuízos de milhares de milhões, alimentando a instabilidade regional e pondo em risco a segurança económica das famílias britânicas”, afirmou.
Escalada de violência e impacto humanitário
A ofensiva, inserida na operação designada Rough Rider, surge num momento em que os Estados Unidos continuam a negociar com o Irão sobre o seu programa nuclear, e após uma série de ataques que já provocaram centenas de mortes. Esta é a primeira vez que o Reino Unido participa na campanha sob a presidência de Donald Trump, embora tenha colaborado em ações anteriores durante a administração Biden.
Os Houthi reportaram múltiplos bombardeamentos em Sana e na região de Saada, controladas pelo grupo desde 2014. Não foram divulgadas informações sobre o impacto dos ataques britânicos ou possíveis vítimas.
A operação conjunta ocorreu dias depois de um alegado ataque norte-americano ter atingido uma prisão com migrantes africanos, provocando pelo menos 68 mortos. A 18 de abril, outro bombardeamento dos EUA ao porto petrolífero de Ras Isa matou 74 pessoas, no ataque mais mortífero conhecido até ao momento nesta campanha.
Os EUA continuam a conduzir operações militares a partir dos porta-aviões USS Harry S Truman, no mar Vermelho, e USS Carl Vinson, no mar Arábico. Os rebeldes Houthi são acusados de ataques recorrentes a navios comerciais e a alvos israelitas, sendo atualmente a última força do chamado “Eixo de Resistência” apoiado por Teerão com capacidade para atingir Israel de forma consistente.
As operações militares têm sido alvo de críticas nos Estados Unidos, sobretudo depois de o secretário da Defesa, Pete Hegseth, ter recorrido a uma aplicação de mensagens não segura para partilhar informações sensíveis sobre as ofensivas.
M.S.
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