Rui Moreira Critica Bispo do Porto e Anuncia Fim de Apoio Financeiro à Igreja
- Monica Stahelin
- 23 de abr.
- 2 min de leitura

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, manifestou-se indignado com a Diocese do Porto, acusando-a de tentar impedir o direito de preferência na alienação de imóveis nos bairros das Eirinhas e Miragaia.
Durante a reunião do executivo na passada quarta-feira, o autarca revelou que recebeu uma carta “insultuosa” do bispo do Porto, Manuel Linda, e garantiu que, até ao final do seu mandato, a autarquia não financiará mais a Igreja Católica.
Rui Moreira explicou que o objetivo da Diocese seria bloquear o direito de preferência, tanto dos moradores como da própria Câmara, nas transações imobiliárias das referidas áreas. O autarca mencionou ainda que, após ter discutido a situação com o padre Samuel Guedes, se apercebeu da falta de sensibilidade da Diocese para com as preocupações do município. "A resposta do bispo foi insultuosa porque uma não resposta é, por si só, insultuosa", afirmou.
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Carta ao Núncio Apostólico e Voto de Protesto
Como reação, o presidente da Câmara anunciou que enviará uma carta ao núncio apostólico, arcebispo Ivo Scapolo, para expressar a sua preocupação com a postura da Diocese do Porto, que, segundo Moreira, não está a agir conforme as tradições da cidade. "A Igreja não se está a comportar como é tradição na cidade do Porto", frisou.
O executivo municipal aprovou por unanimidade um voto de protesto, apresentado pela CDU, contra a alienação de imóveis da Diocese no bairro das Eirinhas e em Miragaia. As casas das Eirinhas, pertencentes à Diocese, foram permutadas com uma empresa de construção civil, o que gerou receios entre os moradores de que possam vir a ser despejados. Na zona histórica, a Diocese trocou três prédios por três apartamentos T1 na Boavista.
Defesa da Diocese: Justificação para as Permutas de Imóveis
Em comunicado oficial, a Diocese do Porto justificou as permutas, afirmando que o objetivo não foi a obtenção de lucro, mas sim a reestruturação do património da Igreja, sem qualquer envolvimento em transações financeiras que visassem outros negócios.
Rui Moreira, por sua vez, reiterou que o município não fará mais qualquer contribuição financeira à Igreja durante o seu mandato, como forma de protesto contra o que considera ser uma atitude lesiva dos interesses dos cidadãos do Porto.
M.S.
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