Rússia acusa Ocidente de bloquear negociações de paz
- Beatriz S. Nascimento
- 25 de ago.
- 2 min de leitura
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, acusou os países ocidentais de estarem a fazer tudo o que podem para bloquear as negociações de paz sobre o conflito na Ucrânia. A declaração foi feita este domingo, durante uma entrevista à emissora pública Rossya, onde o diplomata russo afirmou que o Ocidente procura pretextos para evitar o diálogo. "Eles estão apenas à procura de um pretexto para impedir as negociações", disse Lavrov, citando a agência de notícias France-Presse.
Críticas à posição ucraniana e ao papel do Ocidente
Lavrov também criticou duramente a postura do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que tem insistido em impor condições e exigir uma reunião imediata com o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo o ministro russo, a atitude de Zelensky "teima, impõe condições e exige, a qualquer custo, um encontro imediato", o que dificulta ainda mais a possibilidade de um entendimento entre as partes envolvidas no conflito.
Além disso, Lavrov respondeu às ameaças dos países ocidentais, que prometeram aplicar sanções à Rússia caso não haja avanços nas negociações. O chefe da diplomacia russa considerou estas ameaças como uma tentativa de "violar o processo iniciado pelos presidentes Putin e Donald Trump", que, segundo ele, havia levado a resultados positivos. "Esperamos que essas tentativas fracassem", afirmou Lavrov.
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Mediação de Trump e a continuidade do impasse
A crítica de Lavrov surge no contexto dos esforços de mediação realizados pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que culminaram com uma cimeira entre Putin e Trump no Alasca, a 15 de agosto, seguida de um encontro em Washington com Zelensky e os aliados europeus da Ucrânia. Apesar de tais contactos diplomáticos, as posições de Moscovo e Kiev permanecem em grande parte irreconciliáveis, mantendo o impasse que tem caracterizado o conflito.
A entrevista de Lavrov foi divulgada no dia em que a Ucrânia comemorou o 34.º aniversário da sua independência, um marco simbólico em meio ao prolongado conflito com a Rússia.
B.N.
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