top of page

Air India é acusada de coagir famílias por indemnização

Os destroços do Boeing 787 sobressaem de um edifício
Air India é acusada de coagir famílias por indemnização © AP

A Companhia exige questionário antes de realizar pagamento de compensações, alegadamente para reduzir indemnizações.


A Air India está a ser alvo de duras críticas após ter sido acusada de exercer pressão sobre as famílias das vítimas do desastre aéreo ocorrido no passado dia 12 de junho, em Ahmedabad, na Índia. De acordo com informações do The Standard, a companhia aérea terá exigido que os familiares dos passageiros falecidos assinassem um questionário revelando se eram financeiramente dependentes dos seus entes queridos – medida considerada por advogados e familiares como uma tentativa de reduzir os montantes de indemnização.


O voo 171, operado por um Boeing 787-8 Dreamliner com destino a Gatwick, transportava 242 pessoas a bordo, das quais 241 perderam a vida momentos após a descolagem do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel. O acidente provocou também a morte de 29 pessoas em terra, incluindo cinco estudantes de medicina. O único sobrevivente foi Vishwash Kumar Ramesh, cidadão britânico de ascendência indiana.


Processos pouco transparentes e condições indignas

O grupo Tata, proprietário da Air India, anunciou o pagamento de um montante inicial de £17.200, acrescido de um valor ex gratia de £86.000 aos familiares de cada vítima. No entanto, o acesso a estes valores estaria condicionado ao preenchimento de um formulário onde é solicitado que os requerentes indiquem a sua dependência financeira em relação ao falecido.


Publicidade


Segundo relatos recolhidos pelo The Standard, vários familiares foram abordados por funcionários indianos que se deslocaram às suas residências para exigir a assinatura dos documentos, muitas vezes sob pressão e sem possibilidade de consulta jurídica prévia. Um dos familiares descreveu o ambiente em que foram forçados a preencher os questionários como um "corredor quente e apinhado, sem qualquer privacidade", onde foram convidados a assinar de imediato, sem cópia do documento e sem tempo para ponderar a informação solicitada.


De acordo com o advogado Peter Neenan, do escritório londrino Stewarts, citado pelo The Standard, a abordagem da companhia é altamente questionável: “É inaceitável que a Air India recolha informações que serão posteriormente usadas contra as famílias. As indemnizações propostas são, em muitos casos, inferiores ao que legalmente lhes poderá ser atribuído.”


Neenan afirmou ainda que, em situações semelhantes, as companhias aéreas costumam apenas solicitar documentos de identificação e dados bancários. A exigência de prova de dependência financeira é considerada invulgar e potencialmente lesiva para os direitos das famílias.


Governo indiano investiga causas do acidente

O governo da Índia constituiu uma comissão de alto nível para apurar as causas do acidente. O relatório preliminar deverá ser divulgado no prazo de três meses.


Entretanto, familiares exigem maior transparência e respeito neste processo. “A Air India deveria ter conduzido este procedimento de forma mais profissional e humana. Não estávamos em condições emocionais para tomar decisões naquele momento”, afirmou uma das pessoas afetadas.


M.S.


Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News

Comentários


PODE GOSTAR DE LER...

bottom of page