Cardeal queniano excluído do conclave após polémica com data de nascimento
- Monica Stahelin
- 8 de mai.
- 2 min de leitura

John Njue, de 79 anos, afirma não ter sido notificado sobre sua exclusão; Vaticano refuta qualquer irregularidade.
O conclave que irá eleger o novo papa começou esta terça-feira, 7 de maio, com a participação de 133 cardeais na Capela Sistina, no Vaticano. No entanto, o processo já gerou controvérsia devido à ausência do cardeal queniano John Njue, de 79 anos, que alegou não ter sido informado oficialmente sobre sua exclusão da votação.
John Njue, Arcebispo Metropolitano Emérito de Nairóbi, declarou ao jornal queniano Daily Nation que não sabe a razão pela qual foi excluído do conclave. “Não sei por que fui excluído do conclave”, declarou, lançando dúvidas sobre os critérios usados para a seleção dos participantes.
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Alteração da data de nascimento levanta suspeitas
De acordo com o jornal italiano La Repubblica, o Vaticano terá atualizado recentemente a data de nascimento do cardeal, alterando-a de 1944 para 1 de janeiro de 1946, após uma alegada revisão documental. Com isso, Njue estaria, oficialmente, com 79 anos, abaixo do limite de 80 anos exigido para ter direito a voto no conclave — embora, segundo as regras, cardeais com mais de 80 possam ser eleitos, mas não votar.
A mudança, contudo, não foi acompanhada de uma explicação formal sobre a sua exclusão, o que provocou desconforto entre representantes da Igreja em África.
Versões contraditórias sobre a ausência
Philip Anyolo, atual arcebispo de Nairóbi, garantiu que Njue chegou a ser convidado formalmente pela Nunciatura Apostólica no Quénia, mas que não viajou a Roma devido ao seu estado de saúde. “Devido às atuais condições de saúde, ele não pôde participar”, esclareceu Anyolo, através de nota oficial.
A declaração contradiz a versão apresentada pelo próprio cardeal queniano, que alegou não ter sido informado da sua exclusão. Diante da controvérsia, Matteo Bruni, porta-voz da Santa Sé, esclareceu que os cardeais eleitores não necessitam de convite formal para tomar parte no conclave. De acordo com Bruni, foi feita uma verificação pela Nunciatura Apostólica, sob coordenação do cardeal decano, que concluiu pela não participação do cardeal queniano.
O caso reacende debates sobre transparência e critérios administrativos no seio da Igreja Católica, num momento particularmente sensível para a instituição.
M.S.
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