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China critica os EUA por protecionismo que ameaça relações agrícolas


Bandeiras da China e dos Estados Unidos
China critica os EUA por protecionismo que ameaça relações agrícolas © Reuters/Florence Lo

As exportações agrícolas dos Estados Unidos para a China despencaram mais de 50% no primeiro semestre de 2025.


O governo chinês acusou os Estados Unidos de adotarem práticas protecionistas que estão prejudicando a cooperação agrícola entre as duas potências.


De acordo com o embaixador da China em Washington, Xie Feng, essas políticas têm afetado seriamente os produtores rurais e colocado em risco um dos principais pilares da relação bilateral.


“O protecionismo está fora de controle, comprometendo a colaboração agrícola entre China e EUA”, disse Xie em um evento do setor da soja, realizado na sexta-feira, em Washington. A embaixada chinesa divulgou a transcrição do discurso no sábado, dia 23.


Setor agrícola em meio às disputas comerciais

As relações comerciais entre as duas maiores economias globais vêm se deteriorando desde que começaram a aplicar tarifas uma contra a outra, durante o governo Trump. A agricultura, setor sensível e estratégico no comércio entre os países, tornou-se um dos principais alvos. Em resposta às tarifas impostas pelos EUA, a China aplicou, em março, tarifas de até 15% sobre 21 bilhões de dólares em produtos agrícolas e alimentícios americanos.


No primeiro semestre de 2025, as exportações agrícolas dos EUA para a China caíram 53% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A venda de soja, uma das commodities mais relevantes no comércio bilateral, teve uma redução de 51%, segundo dados apresentados por Xie.


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O diplomata pediu que a agricultura não seja usada como instrumento político, destacando que “os agricultores dos EUA, assim como os da China, são trabalhadores dedicados. A política não deve dominar a agricultura, e os produtores não devem arcar com os custos de disputas comerciais.”


Novas restrições e impacto nas trocas comerciais

Apesar de Washington e Pequim terem acordado uma trégua de 90 dias neste mês para evitar novas tarifas, outras ações continuam a aumentar as tensões. No mês passado, a secretária de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, anunciou medidas para limitar a compra de terras agrícolas por “nações adversárias”, incluindo a China. Além disso, o Departamento de Agricultura norte-americano demitiu 70 cientistas estrangeiros após uma avaliação de segurança nacional, alegando a necessidade de proteger o sistema alimentar do país de ameaças como China, Rússia, Coreia do Norte e Irã.


Xie Feng rejeitou essas justificativas, afirmando que investidores chineses controlam menos de 0,03% das terras agrícolas americanas, e classificou as novas restrições como “motivadas por interesses políticos”.


Enquanto os impasses continuam, os produtores de soja dos EUA enfrentam prejuízos significativos, já que compradores chineses estão preferindo importar do Brasil no período mais crítico da safra americana.


B.N.


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