Desemprego sobe no Reino Unido e empresas alertam: “O pior vem aí”
- Monica Stahelin
- 11 de jun.
- 2 min de leitura

Governo trabalhista de Rachel Reeves enfrenta críticas após aumento das contribuições patronais para a Segurança Social, em meio a uma desaceleração do mercado de trabalho.
Taxa de desemprego atinge máximo de quatro anos
A taxa de desemprego no Reino Unido subiu para 4,6% no trimestre até abril, o valor mais elevado desde 2021. Ao mesmo tempo, o número de trabalhadores com salário registado caiu em 55 mil entre março e abril. Entre março e maio, as vagas de emprego diminuíram em 63 mil, totalizando 736 mil – o nível mais baixo desde abril de 2021.
As estatísticas acenderam o alerta entre empresários e economistas, que apontam para um abrandamento generalizado no mercado laboral. Liz McKeown, do Gabinete Nacional de Estatísticas (ONS), salientou que muitas empresas “podem estar a adiar novas contratações ou a não substituir trabalhadores que saem”.
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“Imposto sobre o emprego” gera críticas e receios de recessão
As medidas fiscais da nova Chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, estão no centro da controvérsia. A recente subida nas contribuições patronais para a Segurança Social foi apelidada de “imposto sobre o emprego” por críticos como Julian Jessop, do Institute of Economic Affairs, que afirmou: “Tornar mais caro empregar pessoas leva inevitavelmente à redução do número de trabalhadores”.
Os sectores da hotelaria e do comércio a retalho têm sido particularmente afectados. Jane Gratton, da Câmara de Comércio Britânica, revelou que “muitas empresas estão a congelar planos de contratação” e outras a reduzir os quadros de pessoal.
Economistas como Paige Tao, da PwC UK, alertam para uma “tríplice pressão” sobre os empregadores, com o aumento do salário mínimo, o agravamento das contribuições e as tarifas globais em alta.
Governo defende medidas; oposição pede recuo
Apesar das críticas, o Governo trabalhista defende a sua abordagem. A ministra do Emprego, Alison McGovern, afirmou que há meio milhão de pessoas a mais empregadas desde que o partido chegou ao poder e destacou as oportunidades de formação que têm sido disponibilizadas.
No entanto, a oposição mantém o tom crítico. Andrew Griffith, secretário-sombra para os Negócios, alertou: “As coisas vão piorar com a reforma dos direitos laborais. O Governo tem de repensar. Só as empresas criam emprego e riqueza na economia”.
Richard Tice, vice-líder do Reform UK, foi ainda mais contundente: “Os números do emprego são desastrosos. O Governo destruiu a confiança na economia e causou danos sérios e duradouros.”
M.S.
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