Distúrbios em Ballymena deixam feridos e destruição
- Monica Stahelin
- 11 de jun.
- 3 min de leitura

Bombas incendiárias, fogo de artifício e pedras foram arremessadas contra a polícia na sequência de protestos relacionados com um alegado crime sexual.
Ballymena, Irlanda do Norte, foi palco de uma segunda noite de distúrbios violentos na terça-feira, quando centenas de pessoas se reuniram na zona de Clonavon Terrace. Elementos da polícia antimotim foram mobilizados após episódios de violência envolvendo o lançamento de bombas incendiárias, fogo de artifício e tijolos contra os agentes.
A agitação ocorre após um protesto inicialmente pacífico, organizado em apoio à família de uma jovem alegadamente vítima de agressão sexual no sábado. Contudo, a manifestação degenerou rapidamente em confrontos, resultando na destruição de vários estabelecimentos comerciais e residências — quatro casas foram incendiadas, obrigando à evacuação de três pessoas.

Polícia ferida e acusações de motivação racial
O Serviço de Polícia da Irlanda do Norte (PSNI) confirmou que 15 agentes ficaram feridos na noite de segunda-feira, alguns necessitando de cuidados hospitalares. Dois veículos policiais foram danificados durante os confrontos.
O Primeiro-Ministro britânico, através do seu porta-voz oficial, classificou os acontecimentos como "muito preocupantes", sublinhando o facto de agentes da autoridade e membros de comunidades étnicas minoritárias terem sido alvo direto dos ataques. Um alto responsável da PSNI denunciou os incidentes como "vandalismo racista".
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A origem da tensão remonta à acusação formal de dois adolescentes de 14 anos, presumivelmente de nacionalidade romena, que compareceram por videoconferência no tribunal de Coleraine, acusados de tentativa de violação oral. Ambos declararam-se inocentes e permanecerão em detenção até nova audiência marcada para 2 de julho, no tribunal de menores de Ballymena.
Na segunda-feira, cerca de 2.500 pessoas reuniram-se num parque local e marcharam pelas ruas Larne Street e Queen Street. A situação agravou-se com o início de incêndios, vandalização de casas e até o capotamento de uma embarcação. Bombeiros com equipamento de respiração autónoma foram vistos a forçar entradas em casas para assegurar que ninguém estava preso no interior.

Autoridades apelam à calma e reforçam presença policial
O comissário assistente da PSNI, Ryan Henderson, declarou que os distúrbios foram "claramente motivados por racismo" e que os responsáveis serão identificados e levados à justiça. “Este tipo de violência não tem lugar na nossa sociedade e deve ser firmemente condenado por todos os cidadãos de bem”, afirmou.
Henderson apelou à calma e anunciou que será mantido um reforço da presença policial nos próximos dias para garantir a segurança das comunidades visadas e prevenir novos confrontos. A polícia está também em contacto com grupos afetados para prestar apoio e reforçar o sentimento de segurança.
Noutro incidente relacionado, um cocktail molotov foi lançado contra um automóvel em Tobar Park, Cullybackey, pouco depois da meia-noite de terça-feira, provocando um incêndio que danificou uma habitação onde vivia uma mulher com dois filhos. As autoridades tratam o caso como um crime de ódio com motivação racial.
Reações políticas e apelo à justiça
Jim Allister, deputado local e líder do partido Traditional Unionist Voice (TUV), comentou que os protestos surgiram de “preocupações crescentes com o aumento da imigração” em Ballymena. Apesar disso, condenou a violência subsequente, que, segundo o próprio, distorceu o propósito legítimo da manifestação.
Allister revelou ainda ter falado com a família da alegada vítima, que expressou repúdio pelos confrontos. “É mais fácil começar do que parar este tipo de situações”, alertou, acrescentando que a violência não faz justiça à causa.
As autoridades continuam a investigar os incidentes e apelam à população para fornecer qualquer informação útil através do número 101.
M.S.
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