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EUA e China suspendem tarifas e aliviam tensões por 90 dias

Donald Trump aparece discursando em TV
EUA e China suspendem tarifas e aliviam tensões por 90 dias © AP

Cortes recíprocos nos direitos aduaneiros assinalam desanuviamento nas tensões entre as duas maiores economias do mundo.


Os Estados Unidos e a China chegaram esta segunda-feira a um acordo para suspender temporariamente a maior parte das tarifas aplicadas às mercadorias de ambos os países, marcando um importante progresso nas tensões comerciais que vinham deteriorando as relações bilaterais e afetando os mercados globais.


O entendimento, alcançado após negociações de alto nível realizadas durante o fim de semana em Genebra, na Suíça, prevê uma redução substancial nas tarifas recíprocas: de 125% para 10%. No entanto, as tarifas norte-americanas de 20% sobre importações chinesas ligadas ao fentanil manter-se-ão, mantendo o total de tarifas dos EUA sobre a China nos 30%.


“Alcançámos um acordo de suspensão de 90 dias com redução significativa das tarifas. Ambos os lados irão baixar as tarifas recíprocas em 115%”, declarou o Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em conferência de imprensa, acrescentando que o ambiente das negociações, junto ao Lago Genebra, contribuiu para um processo produtivo.


A suspensão das tarifas entra em vigor na próxima quarta-feira, e os dois países comprometeram-se a manter o diálogo sobre questões económicas e políticas comerciais durante este período.


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Reação positiva dos mercados financeiros

A notícia do acordo gerou uma forte reação positiva nos mercados. Nos Estados Unidos, os futuros do Nasdaq apontavam para uma subida de 3,7%, enquanto o S&P 500 avançava 2,7% e o índice Dow Jones ganhava mais de 840 pontos, cerca de 2%.


O índice ICE do dólar norte-americano, que mede o desempenho da moeda face a uma cesta de moedas internacionais, subiu 1,1%, situando-se nos 101,46 pontos. Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 registava uma valorização de cerca de 1% nas negociações da manhã.


Também os preços do petróleo beneficiaram com o clima de maior estabilidade. Os futuros do Brent para julho subiram 2,7%, fixando-se nos 65,66 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) avançava 2,9%, sendo negociado a 62,81 dólares.


Especialistas alertam para incertezas no médio prazo

Apesar do alívio imediato, analistas alertam que o entendimento tem um caráter provisório e que subsistem dúvidas sobre o seu desfecho. Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics, classificou o acordo como “uma desescalada substancial”, mas salientou que os Estados Unidos continuam a aplicar tarifas mais elevadas à China do que a outros países e aparentam incentivar aliados a adotar restrições semelhantes.


Também Tai Hui, estratega-chefe de mercado da J.P. Morgan Asset Management para a Ásia-Pacífico, considerou surpreendente a dimensão da redução tarifária e destacou que ambas as potências reconhecem agora os riscos que a guerra comercial representa para o crescimento económico global. No entanto, advertiu que os 90 dias podem não ser suficientes para se alcançar um acordo abrangente, embora sirvam para manter a pressão sobre o processo negocial.


A comunidade financeira aguarda ainda por mais detalhes sobre outros termos comerciais, incluindo possíveis alterações nas restrições chinesas à exportação de terras raras, um recurso estratégico fundamental para várias indústrias tecnológicas.


M.S.


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