EUA revogam mais de 6.000 vistos de estudantes internacionais
- Monica Stahelin
- 19 de ago.
- 2 min de leitura
O Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou mais de 6.000 vistos de estudantes internacionais por alegadas violações da legislação norte-americana, incluindo permanência além do prazo permitido e envolvimento em atividades ilegais.
De acordo com as autoridades norte-americanas, a maioria das revogações está relacionada com crimes como agressão, condução sob efeito de álcool ou drogas, arrombamento e, em alguns casos, alegado apoio ao terrorismo. Cerca de 4.000 vistos terão sido anulados devido a infrações criminais, enquanto entre 200 e 300 foram cancelados com base na secção 3B da Lei de Imigração e Nacionalidade, que define de forma ampla o conceito de “atividade terrorista”.
Protestos pró-Palestina sob escrutínio
Embora o Departamento de Estado não tenha especificado o que considera como "apoio ao terrorismo", a administração Trump tem apontado como alvo estudantes que participaram em manifestações de apoio à Palestina. Segundo responsáveis do governo, alguns desses protestos foram classificados como comportamentos antissemitas, suscitando preocupações de segurança nacional.
Desde o início do ano, a administração norte-americana tem vindo a reforçar os mecanismos de controlo sobre estudantes estrangeiros. Após uma pausa no agendamento de entrevistas para vistos, retomada apenas em junho, foi introduzida uma nova exigência: os candidatos devem tornar públicas as suas contas nas redes sociais para efeitos de triagem. O objetivo, segundo o governo, é identificar sinais de hostilidade para com os cidadãos, a cultura, o governo ou os princípios fundadores dos Estados Unidos.
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Críticas e reações políticas
O secretário de Estado Marco Rubio indicou, em maio, que milhares de vistos já tinham sido rescindidos desde janeiro, adiantando que as autoridades pretendem continuar o processo. “Vamos continuar a revogar os vistos de pessoas que estão aqui como convidadas e que perturbam os nossos estabelecimentos de ensino superior”, afirmou Rubio perante o Congresso norte-americano.
No entanto, as medidas têm sido alvo de críticas por parte de legisladores do Partido Democrata, que consideram a política uma violação do devido processo legal. Organizações de defesa dos direitos civis alertam ainda para o risco de perseguições com base em posições políticas ou religiosas.
Durante o ano letivo de 2023-2024, mais de 1,1 milhões de estudantes internacionais, oriundos de mais de 210 países, estavam matriculados em instituições de ensino superior nos Estados Unidos, de acordo com dados do relatório Open Doors.
M.S.
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