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Krugman alerta para tarifas de Trump e elogia evolução de Portugal

Paul Krugman
Krugman alerta para tarifas de Trump e elogia evolução de Portugal © António Cotrim / EPA

O economista norte-americano Paul Krugman afirmou esta segunda-feira, em Lisboa, que Portugal está ligeiramente mais exposto às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos do que a média dos países europeus, embora considere que o impacto será atenuado pela pertença à União Europeia.


Krugman, Prémio Nobel da Economia em 2008, foi o orador principal da conferência “Falar em Liberdade”, promovida pelo Banco de Portugal no Museu do Dinheiro, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril.


Exposição às tarifas e confiança na integração europeia

Durante a sua intervenção, o economista destacou a preocupação com os efeitos da guerra comercial iniciada durante a presidência de Donald Trump. Segundo Krugman, Portugal apresenta uma ligeira vulnerabilidade adicional em relação à média europeia, embora os riscos sejam mitigados pelo contexto comunitário.


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“Temos de perguntar, à medida que esta guerra comercial se desenvolve, quão exposto está este país. Portugal está provavelmente um pouco mais exposto do que o país europeu médio. Mas, tendo em conta o historial, penso que não devemos estar muito preocupados”, declarou.

Um regresso ao passado e reflexões sobre o presente

Paul Krugman voltou a Portugal cerca de cinquenta anos depois da sua primeira passagem pelo país, em 1976, altura em que veio integrado num grupo de estudantes do MIT, a convite do Banco de Portugal. Recordou um país pobre, marcado pelas incertezas do pós-revolução, num cenário em que o futuro democrático ainda estava longe de ser garantido.


“A democratização de Portugal não foi feita num dia. Foi um período muito turbulento. (...) Havia muita preocupação de que Portugal pudesse tornar-se num Estado comunista”, assinalou.

Comparando o país de então com o que encontrou hoje, Krugman destacou os progressos em áreas como as infraestruturas, a energia, as telecomunicações e a saúde, classificando a transformação como “tremenda”. Sublinhou ainda que Portugal, apesar de continuar mais pobre do que as economias do norte da Europa, conseguiu uma notável convergência na qualidade de vida e evitou a marginalização de que sofreram outras regiões periféricas.


Democracia, desafios futuros e críticas ao cenário norte-americano

O economista sublinhou que os regimes democráticos devem assegurar não apenas liberdades, mas também soluções para questões práticas como a estabilidade económica. Mostrou preocupação com o envelhecimento demográfico e o declínio da população ativa nas sociedades ocidentais, que considera um dos grandes desafios actuais.


Em tom mais pessoal, Krugman confessou sentir-se inquieto com a situação política nos Estados Unidos, revelando até um certo receio em regressar ao seu país.


“Às vezes conto esta história [da Revolução dos Cravos] para me sentir um pouco melhor face ao que se passa em minha casa”, afirmou.

“Os tempos são tão terríveis nos Estados Unidos que eu quase receio regressar.”


M.S.


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