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Tarifa de Trump pode impulsionar exportações brasileiras

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Tarifa de Trump pode impulsionar exportações brasileiras ©Instituto aço Brasil

A recente imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, pode abrir novas oportunidades para as exportações do Brasil, especialmente nos setores de commodities e semimanufaturados. No entanto, a medida não está isenta de riscos, tanto para a economia brasileira quanto para o comércio global.


Oportunidades para o Brasil no Mercado Americano

De acordo com um relatório elaborado pelos analistas do BTG Pactual, Iana Ferrão e Pedro Oliveira, a nova tarifa pode beneficiar o Brasil ao permitir que o país ocupe espaços de mercado nos EUA antes dominados por concorrentes que agora enfrentam tarifas mais elevadas, como é o caso do Vietnã (46%) e da Índia (26%). Em particular, segmentos brasileiros que já possuem presença consolidada, como os semimanufaturados de ferro e aço, podem aumentar sua fatia no mercado americano.


Entre os setores brasileiros mais expostos ao mercado dos EUA, destacam-se os semimanufaturados de ferro e aço, com 71,8% das exportações destinadas aos Estados Unidos, veículos aéreos e espaciais (63,2%) e motores e máquinas (61,9%). Outros produtos como etanol, café e produtos químicos também têm uma presença relevante no mercado americano, com os analistas do BTG destacando que as tarifas mais altas aplicadas a outros países podem beneficiar esses setores.


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Além disso, as commodities, especialmente as agrícolas e metálicas, têm o potencial de absorver uma maior fatia de mercado à medida que os EUA enfrentam retaliações de seus parceiros comerciais. A China, por exemplo, já anunciou tarifas de 34% sobre produtos americanos, o que poderia abrir novas portas para o Brasil.


Riscos Associados à Guerra Comercial Global

Porém, os analistas alertam que a política comercial agressiva de Trump pode desencadear uma série de retaliações, exacerbando uma guerra comercial global e afetando a economia mundial. Em um cenário de desaceleração global, o impacto sobre o Brasil pode ser menos severo em comparação com países que enfrentam tarifas mais altas, mas ainda assim dependerá da intensidade da crise econômica que se desenrole.


Outro fator de risco destacado no relatório do BTG Pactual é a forte dependência do Brasil das exportações para a China. A intensificação das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China pode resultar em uma desaceleração da economia chinesa, afetando a demanda por produtos brasileiros e pressionando os preços internacionais das commodities, o que poderia reduzir a vantagem competitiva do Brasil nesse novo cenário tarifário.


Embora a medida de Trump apresente um potencial de crescimento para o Brasil, é importante que o país esteja atento às flutuações globais e ao impacto das tensões comerciais que podem reverberar de forma significativa no comércio internacional.


B.N.


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