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‘Tarifaço’ de Trump Afeta Brasil, Mas Abre Novas Oportunidades

Navio de exportação com vários containers
‘Tarifaço’ de Trump Afeta Brasil, Mas Abre Novas Oportunidades © Alexandre Meneghini/ AP Photos

O aumento das tensões comerciais globais, impulsionado pelas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, gerou preocupações sobre o impacto para o comércio exterior, incluindo o Brasil. Embora o país possa enfrentar custos mais elevados para exportar para os Estados Unidos, essa guerra comercial também pode abrir novas portas para parcerias com países como China e membros da União Europeia.


Impactos Diretos no Brasil

Na terça-feira (4), Canadá, China e México anunciaram novas tarifas sobre produtos importados dos EUA, como resposta às taxas impostas anteriormente pelo presidente americano. Especialistas alertam que o Brasil pode ser afetado negativamente, especialmente em setores como o etanol e alguns produtos agrícolas, devido às tarifas que Trump aplicou a esses mercados. A madeira brasileira, por exemplo, que tem os Estados Unidos como um dos maiores importadores, poderá sofrer com a tarifa de 25% que está prevista para ser imposta sobre produtos florestais.


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No entanto, a escalada do conflito comercial pode também gerar novas oportunidades. Welber Barral, ex-secretário do Comércio Exterior, afirma que a retaliação da China às tarifas de Trump pode beneficiar as exportações brasileiras de soja e frango, produtos nos quais o Brasil é um dos maiores exportadores globais.


Oportunidades com a China

Com a China como seu maior parceiro comercial, o Brasil pode fortalecer ainda mais sua posição no comércio global. A guerra comercial entre os EUA e a China pode fazer com que a China procure alternativas em outros mercados, favorecendo produtos brasileiros. O país também tem a oportunidade de diversificar suas relações comerciais com a China, não apenas como exportador, mas também como um destino importante para produtos chineses.


Tarifas Recíprocas e Aumento de Custos

Embora o Brasil não esteja entre os principais alvos das tarifas impostas pelos EUA, o impacto pode ser sentido em algumas áreas. Um exemplo disso é a tarifa imposta pelo governo dos EUA sobre o etanol brasileiro. Trump destacou a diferença nas tarifas de importação de etanol, onde os EUA impõem uma taxa de 2,5%, enquanto o Brasil cobra 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Isso pode levar a um aumento de tarifas sobre o etanol brasileiro, afetando diretamente esse setor.


Além disso, a intenção de Trump de aplicar tarifas sobre aço e alumínio pode afetar o Brasil, já que esses são produtos importantes nas exportações para os Estados Unidos. No entanto, como destaca Arthur Pimentel, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o Brasil não é o alvo principal dessas tarifas, mas precisa se preparar para uma "interlocução de alto nível" com os EUA para negociar a situação de forma igualitária.


Desafios e Oportunidades no Comércio Exterior

Apesar das incertezas criadas pela guerra comercial, o Brasil tem o desafio de manter o acesso ao mercado dos Estados Unidos, que é um dos maiores destinos das exportações brasileiras. Pimentel enfatiza a importância de continuar negociando com os EUA, uma vez que isso gera empregos e impulsiona a economia. Ao mesmo tempo, ele vê com otimismo as possibilidades de novos acordos comerciais com outros países, especialmente com a China e a Europa, que podem ajudar o Brasil a compensar possíveis perdas com o mercado americano.


Em resumo, a guerra comercial iniciada por Trump representa tanto desafios quanto oportunidades para o Brasil. A imposição de tarifas pode prejudicar certos setores, como o etanol e a madeira, mas também pode abrir portas para um comércio mais diversificado e estreitar relações com novos parceiros estratégicos. A adaptação às novas condições será fundamental para que o Brasil continue a expandir suas exportações no cenário global.


M.S.


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