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Trump anuncia tarifas de 25% sobre produtos da União Europeia

Donald Trump
Trump anuncia tarifas de 25% sobre produtos da União Europeia © Jim Watson/ AFP

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que está a planear aplicar tarifas de 25% sobre produtos provenientes da União Europeia, afirmando que o bloco foi criado com o objetivo de "prejudicar os Estados Unidos". Em declarações aos jornalistas, Trump indicou que o anúncio das tarifas seria feito "muito em breve", destacando que as mesmas se aplicariam a carros e a outros bens.


A União Europeia reagiu imediatamente, afirmando que responderia "de forma firme e imediata" a estas tarifas, considerando-as injustificadas. O comentário de Trump suscitou questões sobre o seu plano comercial, especialmente quando mencionou a possibilidade de adiar novamente as tarifas previstas para as importações do México e Canadá, que deveriam entrar em vigor no dia 4 de março. No entanto, um oficial da administração posteriormente confirmou que o prazo se manteria, com o presidente a planear analisar as ações de ambos os países em relação à segurança nas fronteiras.


Em relação à Europa, Trump reiterou as suas críticas às políticas do bloco, alegando que estas colocavam os exportadores norte-americanos de produtos alimentares e automóveis em desvantagem. "A União Europeia foi formada para prejudicar os Estados Unidos – esse é o seu propósito e fizeram um bom trabalho nisso", afirmou. "Mas agora sou eu o presidente."


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A Comissão Europeia rejeitou as afirmações de Trump, defendendo que a criação de um mercado regional facilitou os negócios na Europa para as empresas norte-americanas. "Foi um benefício para os Estados Unidos", disse um porta-voz da Comissão.

"Estamos prontos para cooperar, se as regras forem respeitadas. Mas também iremos proteger os nossos consumidores e empresas em todas as situações. Eles esperam isso de nós."

As tarifas, que são uma forma de imposto sobre as importações, são cobradas pelo governo e pagas pelas empresas que introduzem os produtos no país. Trump tem vindo a prometer utilizar essas taxas para impulsionar a manufatura nos Estados Unidos, aumentar a arrecadação de receitas e pressionar outros países a alterar políticas que ele considera desfavoráveis.


No entanto, existem receios de que tais medidas possam alimentar a inflação, com a possibilidade de preços mais elevados para os consumidores norte-americanos, uma vez que as empresas poderão transferir os custos adicionais das tarifas para os clientes. Desde que assumiu a presidência, Trump já aplicou tarifas de 10% sobre produtos provenientes da China e tomou medidas para aplicar taxas a outras importações, incluindo instruções à sua equipa para desenvolver recomendações sobre tarifas "recíprocas" para cada país. Contudo, algumas dessas medidas foram suspensas, deixando muitas empresas e analistas a questionar se Trump está disposto a concretizar as suas ameaças.


Tobin Marcus, responsável pela política dos EUA na Wolfe Research, comentou que "a ameaça de 25% que ele lançou hoje está alinhada com o limite superior do intervalo que já tinha indicado anteriormente". Para Marcus, esse valor "é preocupante – certamente deveria ser preocupante – para a relação comercial transatlântica, mas não é totalmente inesperado".

Preocupação na Alemanha

Antonin Finkelnburg, da Federação Alemã de Comércio por Atacado, Comércio Exterior e Serviços, afirmou que uma tarifa de 25% sobre os produtos da União Europeia seria uma situação "difícil", mas "não impossível" para a economia da Alemanha. "Estamos preocupados, mas não devemos ter medo", disse, lembrando que os produtos da indústria automóvel alemã são bastante populares nos Estados Unidos. Muitos fabricantes de automóveis alemães, no entanto, já produzem no mercado norte-americano, pelo que as tarifas não os afetariam diretamente. Ainda assim, Finkelnburg alertou que os custos seriam elevados, uma vez que as peças de carros fabricadas na Alemanha atravessam várias vezes as fronteiras do México e do Canadá, o que já contribui para o aumento dos preços.


Mais cedo, Trump ordenou tarifas de 25% sobre produtos provenientes do México e Canadá, os dois principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, mas suspendeu as mesmas até 4 de março, para permitir negociações sobre a segurança nas fronteiras. Na segunda-feira, Trump afirmou que as tarifas de 25% sobre os produtos do México e Canadá entrariam em vigor "conforme o previsto". Durante uma reunião na quarta-feira, ao ser questionado sobre o tema, Trump disse que essas tarifas começariam a ser aplicadas a partir de 2 de abril.


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Essa data coincide com o dia em que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos deve apresentar as suas recomendações mais amplas para as tarifas "recíprocas". O secretário de Comércio, Howard Lutnick, esclareceu que "o prazo geral é 2 de abril", distinguindo as tarifas relacionadas com as preocupações sobre tráfico de drogas e migração do México e do Canadá.


Os mercados financeiros reagiram com alguma volatilidade, com o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq a registarem quedas, enquanto o peso mexicano e o dólar canadiano valorizavam.


M.S.


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1 Comment


Guest
Feb 27

A UE tem de deixar de depender dos Estados Unidos, eles não querem o bem para ninguém só para eles nem são bons parceiros, quando a situação já não economicamente interessante para eles viram-se de costas.

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