Trump revoga status de 530 mil imigrantes latinos nos EUA
- Beatriz S. Nascimento
- 22 de mar.
- 2 min de leitura

O governo dos Estados Unidos anunciou, na sexta-feira (21), que revogará o status legal temporário de cerca de 530.000 imigrantes latino-americanos, incluindo cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos. Esta decisão, que entrará em vigor em 24 de abril, faz parte de uma série de medidas do presidente Donald Trump visando restringir a permanência de estrangeiros no país.
Esses imigrantes estavam protegidos por um programa criado pelo governo de Joe Biden, que concedia vistos de residência antes da entrada dos cidadãos desses países no território norte-americano. Com essa revogação, que se configura como a maior deportação em massa desde o início da administração Trump, muitas dessas pessoas poderão ser deportadas se decidirem permanecer nos Estados Unidos.
O Programa de Garantia Condicional de Entrada
Lançado inicialmente em 2022, o programa visava oferecer asilo a venezuelanos, e foi expandido em 2023 para incluir cubanos, haitianos e nicaraguenses, países que enfrentam elevados níveis de imigração irregular para os EUA. Com o programa, os imigrantes recebiam vistos temporários e eram patrocinados por cidadãos norte-americanos, permitindo-lhes viajar legalmente para os EUA. O visto tinha duração inicial de dois anos e precisava ser renovado.
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No entanto, o presidente Donald Trump, crítico dessa política de asilo, considera que o programa ultrapassou os limites legais estabelecidos pela legislação federal. Em 20 de janeiro, Trump assinou um decreto para encerrar este programa de entrada condicional. De acordo com ele, a medida de garantia condicional não respeitava as normas legais e estava promovendo uma imigração descontrolada.
A Situação Jurídica e Política do Governo Trump
A decisão de Trump é vista como uma tentativa de endurecer a política de imigração nos Estados Unidos, algo que tem sido uma prioridade do atual governo. Além disso, no mês de março, Trump indicou que também tomará uma decisão sobre o status legal de cerca de 240.000 ucranianos que fugiram para os EUA durante o conflito com a Rússia, o que pode gerar ainda mais tensões diplomáticas.
Na mesma sexta-feira, 21, um juiz federal americano iniciou uma revisão da situação envolvendo a deportação de venezuelanos, com base na alegação do governo Trump de que pertencem a uma gangue criminosa, o Tren de Aragua. Um juiz já havia proibido a deportação de tais indivíduos, mas a decisão foi desrespeitada pelo governo, que enviou os deportados para as prisões de El Salvador, como parte de um acordo com o presidente salvadorenho Nayib Bukele.
Com a revogação do status legal de proteção condicional, muitos dos imigrantes poderão enfrentar a deportação iminente, a menos que consigam comprovar uma outra forma de proteção legal. As repercussões desta medida têm gerado grande apreensão, tanto entre os imigrantes quanto entre os defensores dos direitos humanos, que acusam o governo Trump de adotar políticas de imigração cada vez mais agressivas.
B.N.
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