Trump suspende ajuda dos EUA à Ucrânia, forçando rendição
- Monica Stahelin
- 7 de mar.
- 3 min de leitura

A decisão de Donald Trump de suspender o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia é um golpe devastador para o país, colocando os Estados Unidos ao lado de Vladimir Putin e não como um mediador de paz.
Combinada com a suspensão da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, a ação de Trump não visa forçar o presidente Volodymyr Zelensky a aceitar negociações de paz, mas sim a rendição da Ucrânia às mãos de Moscovo.
A suspensão do apoio é particularmente danosa para os esforços ucranianos no campo de batalha, visto que a inteligência fornecida pelos EUA, essencial para a defesa do território ucraniano, foi crucial durante toda a guerra. A maior parte da inteligência espacial, incluindo imagens e comunicações dos comandantes russos, era controlada pelos EUA. Além disso, aviões de espionagem britânicos e americanos ajudavam a captar sinais de inteligência e a realizar o direcionamento em tempo real de mísseis russos, colocando agora as forças ucranianas em risco imediato, sem acesso a essas informações vitais.
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Riscos para a segurança da Ucrânia e da NATO
A medida de Trump chega num momento crítico para a Ucrânia, com o presidente ucraniano a participar de reuniões de emergência com líderes da União Europeia, enquanto tenta lidar com as consequências desta perda de capacidade estratégica. O presidente francês, Emmanuel Macron, comentou que a reunião se tornou urgente devido à necessidade de a Europa se preparar para o momento em que "os EUA não estarão mais ao nosso lado". Esse momento parece ter chegado.
A interrupção do fornecimento de inteligência coloca em risco não só os militares ucranianos, mas também os conselheiros e espiões da NATO que colaboram com as autoridades ucranianas. Um agente de inteligência, que trabalhou com a CIA e a inteligência ucraniana desde a invasão russa em 2022, revelou à The Independent que recebeu ordens para ocultar a conexão dos EUA com a defesa ucraniana.
Embora a Europa e o Reino Unido possam tentar suprir parcialmente a falta de inteligência dos EUA, eles não possuem a capacidade satelital que os EUA sempre forneceram à NATO gratuitamente. A ausência de informações cruciais deixa as cidades ucranianas ainda mais vulneráveis a ataques com mísseis e drones, enquanto os estoques de mísseis Patriot, fundamentais para a defesa aérea, estão perigosamente baixos e a reposição já foi cortada pela administração Trump.
Incertezas e aumento das pressões sobre a Ucrânia
Os combates no leste da Ucrânia, como em Pokrovsk, diminuíram nas últimas duas semanas, o que pode indicar que as forças russas estão esgotando sua capacidade. No entanto, os oficiais ucranianos estão preocupados com a possibilidade de uma nova ofensiva russa em grande escala. E agora, sem o apoio dos EUA, a Ucrânia não terá aviso prévio caso isso aconteça.
A medida de Trump não só compromete a segurança da Ucrânia, mas também aumenta a pressão sobre a NATO e a Europa para tentar conter a ameaça russa com recursos limitados. O impacto desta decisão, ao que tudo indica, poderá prolongar o sofrimento e a instabilidade na região.
M.S.
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